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Terça, 08 Junho 2021

Sede da Câmara do Rio será primeiro prédio público Lixo Zero do município

Termo de compromisso foi assinado durante audiência pública que discutiu o conceito de lixo zero e o descarte irregular de resíduos sólidos

Eduardo Barreto
Rodrigo Sabatini, presidente do Instituto Lixo Zero, vereador Rafael Aloísio Freitas, primeiro-secretário da Câmara, e vereador Carlo Caiado, presidente da Câmara Rodrigo Sabatini, presidente do Instituto Lixo Zero, vereador Rafael Aloísio Freitas, primeiro-secretário da Câmara, e vereador Carlo Caiado, presidente da Câmara

O Palácio Pedro Ernesto, edifício histórico que abriga a sede do legislativo carioca na Cinelândia, vai ser o primeiro prédio público da cidade do Rio de Janeiro a adotar o conceito Lixo Zero. O compromisso em adotar boas práticas de gestão de resíduos foi assinado pelo presidente da Câmara do Rio, vereador Carlo Caiado, com o presidente do Instituto Lixo Zero Brasil, Rodrigo Sabatini, durante audiência pública realizada nesta terça-feira (08) pela Comissão de Meio Ambiente da Casa. O documento foi assinado também pelo 1o secretário, Rafael Aloisio Freitas (Cidadania) e Vitor Hugo (MDB), vice-presidente da Comissão.

Segundo o presidente Carlo Caiado, o tema foi debatido na Mesa Diretora depois da realização do Fórum Cidades Lixo Zero, no mês de maio. "A partir dali a gente discutiu muito na casa legislativa com a Mesa Diretora, e achamos que a gente poderia liderar esse processo, e ser o primeiro prédio público a adotar esse programa fundamental do Lixo Zero", afirmou. O parlamentar afirma que conta com o comprometimento de cada um de seus servidores. “Ser o primeiro prédio público aderindo e se mobilizando para assinar esse convênio do Lixo Zero é um orgulho para todos nós. Sabemos que este símbolo depende muito de cada gabinete, cada setor desta casa, que esteja na cultura dos servidores”, destacou.

O presidente do Instituto Lixo Zero, Rodrigo Sabatini, ressaltou a importância do compromisso da Câmara. "Quando um órgão público representativo como a Camara de Vereadores de uma cidade tão importante como o Rio decide dar o exemplo para a população, separando seus próiprios residuos, evitando o envio para aterros, ele está fazendo um trabalho pedagógico, e essa pedagogia vai servir para uma mudança a partir do exemplo", declarou. 

O secretário municipal de Meio Ambiente, Eduardo Cavalieri, parabenizou a atitude da Câmara do Rio, afirmando que a medida coloca a cidade do Rio de Janeiro na vanguarda da discussão da gestão de resíduos sólidos. “Esse é um dos assuntos mais estratégicos da cidade. Tem muito valor para que as pessoas vejam a importância de se envolver com a causa e tenham consciência mais sustentável de como gerir os resíduos”, pontuou.

O conceito lixo zero consiste no máximo aproveitamento e correto encaminhamento dos resíduos recicláveis e orgânicos, bem como a redução do encaminhamento destes materiais para os aterros sanitários ou para a incineração. Dentre os princípios para atingir o lixo zero, que fazem parte do compromisso firmado pela Câmara, estão o de evitar produtos e práticas que gerem desperdício ou resíduos tóxicos, a utilização de materiais recicláveis, redução do uso de recursos naturais e o compromisso de reduzir em 90% o descarte de resíduos sólidos em aterros. 

Durante o debate, representantes de entidades comprometidas com o lixo zero apresentaram algumas experiências exitosas, como a coleta seletiva na orla do município. Também foram sugeridas ações de educação ambiental e de envolvimento de vários setores da sociedade na cadeia produtiva da reutilização dos resíduos sólidos.

Economia de recursos

Em sua fala na audiência, o presidente do Instituto Lixo Zero, Rodrigo Sabatini, ressaltou que a redução do lixo pode gerar economia para o município, que atualmente gasta até cinco vezes o valor do resíduo para destiná-lo aos aterros. “O Rio gasta muito dinheiro levando lixo para os aterros. A cada R$1 de lixo produzido, são R$5 gastos para aterrar. Uma tonelada de plástico rende R$3,8 mil, de papelão são R$800,00, já de adubo, vale R$300,00 a tonelada. Agora quando misturamos tudo, esses materiais valem zero. Aliás, dão até prejuízo, pois temos que pagar para dar destino aos aterros”, revela.

O vereador Vitor Hugo acredita que investir na gestão de resíduos sólidos e na implementação do conceito lixo zero na cidade do Rio de Janeiro é sinônimo não só de desenvolvimento econômico, mas também de comprometimento com a preservação ambiental. “Além de gerar emprego e renda, promove uma responsabilidade socioambiental da população, através da mudança da cultura de consumo excessivo para redução e reuso”, afirmou.

Acompanharam ainda a audiência, o secretário de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento do Estado do Rio de Janeiro, Marcelo Queiroz,  a representante da ANAMMA Nacional, Andréa Struchel, o Coordenador do Fórum Cidades Lixo Zero, Bernardo Egas, além do presidente da Comissão de Meio Ambiente, vereador Zico (Republicanos), e do vereador prof. Célio Luparelli (DEM).

 

 

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