A Câmara Municipal do Rio de Janeiro realizou na manhã desta quarta-feira (3) uma reunião pública em comemoração aos 160 anos de fundação da Caixa Econômica Federal, criada no dia 12 de janeiro de 1861. O banco é o maior agente nacional de financiamento da casa própria e importante financiadora do desenvolvimento urbano, especialmente do saneamento básico, bem como é o principal agente do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), do FGTS e do Sistema Financeiro de Habitação.
Presidida pelo vereador Lindbergh Farias (PT), o evento contou com a presença dos correligionários Reimont e Tainá de Paula, da representante eleita dos empregados do Conselho de Administração da Caixa, Rita Serrano, da coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa, Fabiana Proscholdt, do diretor do Sindicato dos Bancários do Rio, José Ferreira, do presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (FENAE), Sérgio Takemoto, do presidente da Associação dos Empregados da Caixa do Rio, Paulo Matileti, e do presidente da Associação dos Gestores da Caixa do Rio, Rogério Campanata.
Lindbergh Farias destaca que o município do Rio de Janeiro vive uma crise maior do que a enfrentada pelo Brasil. "O estado perdeu 127 mil vagas de carteira assinada. Só a cidade do Rio perdeu 80 mil postos de trabalho, contra 2 mil na cidade de São Paulo", revela. Para ele, mais do que beneficiar acionistas, os bancos públicos têm o papel de estimular a economia e oferecer crédito à população. "Defender a Caixa é defender o Brasil", afirma.
Nesse sentido, Reimont defende que é preciso entender a Caixa como patrimônio brasileiro. "Temos cerca de 4, 4 mil trabalhadores da Caixa em 150 agências só na cidade do Rio de Janeiro. Se a Caixa degringolar, toda a cidade perde com isso", aponta. Tainá de Paula adianta que vai acompanhar todos os contratos que estão parados, principalmente os do PAC, que são fundamentais às populações mais simples, sobretudo das favelas.
Rita Serrano lembra que a trajetória da Caixa para manter-se pública é fruto de muita luta. "Há um processo de pressão muito forte para impedir nosso papel de representação e questionamento das ações que tentam dilapidar o patrimônio público e privatizar o banco", revela. "A defesa da Caixa, do BNDES, do Banco do Brasil e da Petrobras não se dá só em função dos empregados, mas em função da sociedade. A responsabilidade de defender o patrimônio público é de todos nós cidadãos. O banco não pertence a este ou aquele governo, ele é do Estado, da nação, da população brasileira há 160 anos", enfatiza.
Sérgio Takemoto, Fabiana Proscholdt e Paulo Matileti foram enfáticos ao ressaltar o papel da conscientização da sociedade civil e da classe política no processo de defesa das instituições de estado, fundamentais para a soberania do país. "Esse ano teremos que fazer uma grande mobilização, pois apesar de a Caixa ter mostrado sua importância nesse momento de pandemia, atendendo a 120 milhões de brasileiros – cerca da metade da população –, o governo trabalha para vender as partes mais lucrativas do banco", alerta.
Por fim, Rogério Campanata e José Ferreira lembraram o papel da Caixa na distribuição do auxílio emergencial, tarefa negada pelos bancos privados, e a luta contra o assédio moral e institucional vivido pelos trabalhadores, que apesar do empenho em criar o aplicativo do auxílio e atender pessoalmente a população, estão enfrentando jornadas de trabalho absurdas e metas de desempenho inexequíveis. Ao final da reunião, foi realizado 1 minuto de silêncio em homenagem a todas as vítimas da Covid-19.