A partir desta terça-feira (14) até o final do mês de setembro, a sede da Câmara do Rio de Janeiro, na Cinelândia, vai se iluminar na cor verde como parte da campanha do Setembro Verde, da Fundação Saúde do Estado do Rio de Janeiro, por meio do Programa Estadual de Transplantes (PET), que visa a conscientizar sobre a doação de órgãos. A campanha se dá em celebração ao Dia Nacional da Doação de Órgãos, comemorado no dia 27 de setembro.
O Palácio Pedro Ernesto se junta a outros prédios públicos e pontos turísticos da cidade que estão sendo iluminados de verde ao longo do mês, como os Palácio Guanabara e Tiradentes, o estádio do Maracanã, os Arcos da Lapa e a Igreja da Penha. Nesta quarta-feira (15), acontece ainda uma apresentação da Ação Social pela Música nas escadarias do Theatro Municipal, às 11h, e a plantação de mudas por parentes de doadores no dia 27, no Jardim do Doador de Órgãos, espaço criado no Hospital Estadual Alberto Torres, em São Gonçalo.
O presidente da Câmara do Rio, vereador Carlo Caiado, reitera a importância do Legislativo carioca participar dessa corrente pela doação de órgãos, um ato nobre que pode salvar vidas. “Muitas vezes, o transplante de órgãos pode ser a única esperança de vida ou a oportunidade de um recomeço para as pessoas que precisam. É fundamental que a população se conscientize da importância do ato, pois doar órgãos é doar vida. A Câmara não poderia ficar de fora dessa campanha tão importante de conscientização”, destaca Caiado.
Um dos autores da lei que instituiu a Semana de Doação de Órgãos no calendário oficial da cidade, o vereador Vitor Hugo (MDB) destaca a importância de se deixar expresso o desejo de realizar a doação em vida, para que os familiares possam confirmar a vontade do doador, já que a doação só ocorre com a autorização dos parentes próximos, e lembra que a campanha busca ainda melhorar a comunicação dessa vontade junto ao Poder Público. “O objetivo da campanha visa não somente a conscientização dos doadores, como também disponibilizar os meios necessários ao procedimento de cadastro para doação, possibilitando o fácil acesso aos órgãos municipais'', complementa o parlamentar, que assina a lei ao lado do vereador Cesar Maia (DEM). .
Diretor geral do programa estadual de transplantes (PET) do Estado, Alexandre Cauduro lembra o tamanho do desafio no Rio. "Hoje em dia, no estado do Rio de Janeiro, nós temos 4 mil pessoas aguardando um transplante de órgãos. Então, há uma necessidade muito grande de transplantes no Estado e uma só doação pode mudar a vida de até 15 pessoas, aproximadamente”.
O secretário de Estado de Saúde, Alexandre Chieppe, acredita ser fundamental a união de toda a sociedade em prol de um dos movimentos mais solidários. “Ainda há um longo caminho pela frente, mas o Rio de Janeiro já mostra uma evolução, tanto em captação quanto em transplantação, se compararmos o cenário de anos atrás, quando os números eram ruins”, ressalta Chieppe.
Dados de transplantes
O Brasil é o primeiro país do mundo em número de transplantes de órgãos feito pelo sistema público de saúde. Atualmente o estado do Rio ocupa o 3º lugar em número absoluto de doadores no ranking do Sistema Nacional de Transplantes (SNT). Desde sua criação, no ano de 2010, o Programa Estadual de Transplantes (PET) estadual já realizou mais de 6.900 transplantes de órgãos chamados sólidos, como fígado, pulmão, intestino, rim, pâncreas e coração. O Programa também recuperou a saúde de inúmeros pacientes com transplantes de ossos, ligamentos e pele.
Somente no ano de 2020, foram efetuados mais de mil transplantes, cerca de 700 de órgãos sólidos e mais de 300 de córneas. De janeiro a julho de 2021 deste ano, já foram realizados cerca de 700 transplantes.
Para o coordenador do PET, Alexandre Cauduro, é no momento de maior dor de quem perdeu o ente querido que se pode ter uma atitude altruísta para salvar outra vida. “O transplante é uma estratégia que muda, prolonga e salva a vida das pessoas. Muitos estão sofrendo de doenças crônicas e dependem dele para continuarem vivos. A doação de órgãos é um ato de amor, num momento de intenso sofrimento para as famílias doadoras, que estão perdendo seus entes queridos, mas representa uma atitude altruísta e empática inigualável”, salienta Alexandre Cauduro.