A Câmara Municipal do Rio realizou audiência pública, nesta terça-feira (12/11), para discutir as obras e as dívidas trabalhistas oriundas do grupo que ocupava o espaço onde será criado o Parque Piedade. O encontro foi viabilizado pela Comissão Especial 1.622/2024, responsável por acompanhar e fiscalizar as ações do Poder Executivo e da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio RJ) nas obras do Parque Piedade.
Presidente da comissão, o vereador Rafael Aloisio Freitas (PSD) destacou o esforço dos envolvidos nas obras. Rafael também destacou o empenho para garantir a instalação de uma estrutura do SESC, com serviços de odontologia e saúde, na região de Piedade, prevista para o início do próximo ano: “Afirmo o meu compromisso de restabelecer essa comissão especial para que, em março do ano que vem, façamos uma nova audiência pública com representantes da Fecomércio e da Secretaria de Infraestrutura”.
De acordo com o vereador, a primeira fase da obra já conta com um campo, pista de skate, dois parques, quadra de areia e o Memorial da Gama Filho prontos. Já o entorno ainda passa por melhorias. No entanto, ajustes no projeto ainda são necessários, como a reavaliação do asfalto em uma rua da área. O vereador explicou que o prazo de conclusão do parque foi ampliado devido à construção de um prédio administrativo, onde serão instalados órgãos da Prefeitura responsáveis pela manutenção e segurança, garantindo um cuidado contínuo do espaço para a população.
Dívidas trabalhistas
Responsável pela administração judicial da massa falida do Grupo Galileo, Gustavo Licks afirmou que já existem R$ 100 milhões nas contas do grupo, obtidos após decisões judiciais, mas que, apenas metade deste valor, estaria apto a ser utilizado para pagamento das dívidas, pois já teria transitado em julgado.
“Nós não podemos dispor destes R$ 100 milhões porque algumas dessas decisões judiciais ainda não transitaram em julgado e são passíveis de reversão. Sendo assim, a massa poderia eventualmente precisar devolver esses recursos”, afirmou Licks.
O administrador também deu orientações sobre como a população deve proceder para se cadastrar para recebimento dos valores devidos. Os pagamentos começarão a ser realizados nesta terça-feira com o teto de R$ 15 mil por pessoa, com o restante a ser pago posteriormente.
Alguns presentes aproveitaram a ocasião para questionar e tirar dúvidas sobre suas situações. Alfredo Gonçalves, que foi professor na Universidade Gama Filho, perguntou sobre a possibilidade de serem atingidos valores condizentes para sanar todas as dívidas trabalhistas. Foi esclarecido que a massa falida continua buscando legalmente a posse de imóveis e buscando responsabilizar outras partes envolvidas, na tentativa de aumentar o valor disponível para pagamento aos credores.
Ao final, o presidente da comissão ressaltou o trabalho da comissão em acompanhar a situação dos ex-funcionários da universidade, mencionando sua interação com o administrador judicial para garantir a transparência nos processos de pagamento aos credores.
Também esteve presente o vereador João Mendes de Jesus, membro da comissão especial.