A Câmara do Rio recebeu, nesta terça-feira (11), especialistas para um Debate Público com o propósito de discutir o atendimento clínico de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A reunião foi liderada pela vice-presidente da casa, Tânia Bastos (Rep), e incluiu a pauta escolar, além de temas relacionados a contextos terapêuticos, com ênfase na falta de apoio da rede pública municipal aos responsáveis pelas pessoas com autismo.
Um dos pontos abordados na reunião foi o tempo de espera para consultas com psicólogos e neurologistas, que dura de 10 meses até um ano. Além de tirar algumas dúvidas sobre os trâmites pelos quais as pessoas com autismo terão que passar até chegar ao atendimento, a vereadora também enfatizou que o Poder público e a população devem se atentar aos desejos dos familiares. “A nossa preocupação é chamar a atenção de toda a sociedade para que, não só a sociedade civil, mas o poder público também possam acompanhar de perto os anseios desses pais e mães", disse.
Pequenas conquistas, grandes vitórias
A vereadora também destacou as ações dos membros do grupo de mães “Mundo Azul”, que divulgavam folhetos na área da Barra da Tijuca com a frase “O Brasil precisa conhecer o autismo”. As divulgações chegaram a ter um reconhecimento em nível nacional.
Mãe de uma criança atípica, Roberta Maia compartilhou com os presentes alguns dos desafios enfrentados. Uma de suas grandes preocupações atuais é com as notícias recentes de cancelamentos unilaterais dos planos de saúde por parte das operadoras: seu filho só conseguiu acesso à mediação no ambiente escolar justamente por ser atendido pela rede privada. Ela ressaltou a importância do acompanhamento profissional: “Cada avanço, para a gente, é uma vitória”.
Em sua fala, a advogada Daiane Cavalcanti orientou os presentes sobre o caminho a ser percorrido para passar a receber o auxílio governamental a que têm direito as pessoas idosas ou com deficiência, o BPC-Loas, equivalente a um salário mínimo. Ela enfatizou a importância de um diagnóstico médico, além de outras exigências. “A família, para conseguir o auxílio precisa estar registrada no CAD Único, e manter o registro atualizado”, explicou.
O evento contou ainda com a presença da psicopedagoga Mariane Ribeiro; da psicóloga Adriana Menezes; da assistente social Tânia Regina; e da neuropediatra Dra. Sarita Ortega.