A Câmara do Rio promove, nesta terça-feira (4), o I Seminário sobre a Preservação da Informação no Legislativo Municipal. Promovido pela Escola do Legislativo, uma iniciativa da instituição, o evento foi aberto ao público e reuniu servidores, membros da sociedade civil e especialistas para tratar sobre as ações promovidas pelo parlamento relacionadas à preservação de seu acervo documental. Ao todo foram realizados dois grandes painéis: o primeiro, focado na preservação de arquivos analógicos e na digitalização de acervos em papel; e o segundo, focado na implementação de documentos nato-digitais. O seminário faz parte da 8ª Semana Nacional de Arquivos, promovida pelo Governo Federal por meio do Arquivo Nacional.
Presidente da Escola do Legislativo, a vereadora Tânia Bastos (Rep) falou sobre o avanço do processo de digitalização dos arquivos da Casa, que foi acelerado durante a pandemia. “Precisamos passar por diversas adaptações e avançamos bastante durante esse período, começando com as sessões remotas, por exemplo. A cada passo que damos estamos tentando nos ressignificar em prol da população”, sublinhou a parlamentar.
Para o diretor da Escola do Legislativo, Guilherme Santoro, os arquivos digitais trazem diversos benefícios tanto para a Câmara quanto para a sociedade. Segundo ele, uma grande vantagem desse processo está em seu caráter sustentável. “Digitalização significa celeridade, aumento da eficiência, redução de custos, e principalmente, sustentabilidade. Quando falamos de digitalização, estamos falando também em preservação da nossa sociedade para o futuro”, pontuou. Ele ressaltou ainda o trabalho coletivo que tem sido realizado na digitalização do acervo público e elogiou o exercício conjunto. “Ninguém faz nada sozinho”.
Aprofundando-se nas técnicas utilizadas para a preservação de acervos históricos, o professor de arquivologia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), Bruno Leite, falou sobre o funcionamento da seleção do que será preservado e das diferentes estratégias aplicadas no resguardo dos materiais. “Aquilo que enxergamos como arquivo diz muito sobre a nossa sociedade”, afirmou. Conforme explicado pelo especialista, existem duas diferentes formas de preservação de documentos: a conservação, que inclui a curadoria focada na prevenção, e a pensada na reparação de danos, que trabalha a restauração de bens mais deteriorados por diferentes motivos.
Mais transparência para a população
Presente entre os espectadores, o diretor de Protocolo e Expediente do Tribunal de Contas do Município (TCMRio), Vitor Hugo Uchoa, elogiou o trabalho que vem sendo realizado na Câmara. “Digitalizamos todo o nosso acervo, e hoje em dia não temos mais processos físicos, só digitais. E o que tem sido feito aqui tem tudo a ver com o que trabalhamos lá. Isso significa mais praticidade no acesso à informação e mais transparência para a população”, declarou.
Também compondo a plateia, a arquivista Luciana Zanetti deu seu parecer sobre a realização do seminário. “Trabalhar um tema tão rico como este ajuda inclusive outras instituições a conservarem da melhor forma os seus arquivos e o acesso à informação”. A profissional discorreu ainda sobre as vantagens da preservação digital dos arquivos documentais: “Agiliza o acesso à informação, além de haver um efeito positivo na construção de memória daquele local. Com um arquivo bem organizado e estruturado, por exemplo, você tem condições de entender o contexto em que determinada instituição foi criada e que benefícios traz para a sociedade”, disse.