Quinta, 22 Setembro 2022

Plano Diretor: região da Pavuna terá maiores potenciais construtivos ao longo dos eixos de transporte

A proposta de adensar toda a Zona Norte leva em consideração as áreas próximas às linhas de trem, metrô e à Avenida Brasil

Renen Olaz
Plano Diretor: região da Pavuna terá maiores potenciais construtivos ao longo dos eixos de transporte

A Comissão do Plano Diretor realizou uma audiência pública, nesta quarta-feira, em Anchieta, com o objetivo de ouvir a população local sobre as propostas do novo Plano Diretor (Projeto de Lei Complementar no 44/2021) para a Região de Planejamento (RP) 3,6, que inclui 10 bairros no entorno da Pavuna. Esta é a décima terceira audiência territorial conduzida pela Câmara do Rio em diversos bairros da cidade.

Para a Zona Norte, como um todo, o projeto visa promover o adensamento da região, considerada bem infraestruturada com transportes de alta capacidade, e relativamente próxima ao Centro, que concentra boa parte dos empregos da cidade.

A assessora técnica do Instituto Brasileiro de Administração Municipal (IBAM), Jéssica Ojana, explica que, comparando com a legislação atual, esta RP terá, em vários trechos, um aumento dos índices urbanísticos, que hoje é predominantemente 1,5, chegando a 4,0 ao longo da Avenida Brasil, da Avenida das Missões e da Rodovia Presidente Dutra . 

“Nos eixos de trem e de metrô e também na região central da Pavuna, está previsto um aumento do potencial construtivo para 5. Já nos chamados miolos dos bairros Parque Anchieta, Ricardo de Albuquerque e Parque Colúmbia, o índice se mantém na faixa de 1 a 2. Já para o eixo da Avenida Brasil, um trecho tem a diminuição de potencial de 4,0 para 3,2, e um trecho de Guadalupe chegando até 9”. 

A proposta de criar uma Zona Franca Urbanística ao longo da Avenida Brasil, presente no texto do projeto, está sendo revista pela Secretaria Municipal de Planejamento Urbano (SMPU), que poderá reduzir os potenciais inicialmente propostos. “O próprio Poder Executivo tem sinalizado uma redução destes índices, mas existe essa proposta de que o eixo da Avenida Brasil seja adensado e estruturado atividades de maior porte”, complementa Jéssica Ojana.

 

Melhorias na infraestrutura

O presidente da Comissão, vereador Rafael Aloisio Freitas (Cidadania), acredita que o incentivo ao adensamento precisa vir acompanhado de outros investimentos na região. “A tônica deste projeto para os próximos 10 anos é tentar fortalecer o adensamento, fazer com que mais pessoas possam morar nessas áreas centrais da cidade, o Centro em si e a Zona Norte. Quando você pega os eixos de trem, de metrô, a Avenida Brasil, os grandes eixos de transporte, geralmente se tem mais oportunidade de subir mais prédios, de ter mais investimentos. Só que pra isso, é preciso que venha toda infraestrutura necessária”, defendeu o vereador. 

Com cerca de 30% da população do território vivendo em favelas e com baixo IDH, moradores do local pedem melhores condições para este território. Diogo Lima, da ONG Sou do Beco, no Complexo do Chapadão, acredita que é fundamental investir em melhorias nas vias que ligam os bairros próximos. "A Rua Alcobaça, em Anchieta, é uma rua bem deteriorada, com buracos do começo ao fim. E devido ao Corredor Transbrasil, o fluxo de carros nesta via vai aumentar. Então precisa melhorar a acessibilidade”, revela.

O gestor executivo local da Pavuna, Alexandre França, lembra que há uma demanda grande por mais serviços de saúde. “É importante vocês estarem aqui para discutir o Plano Diretor e ver a nossa realidade, o que nós precisamos para que o nosso dia a dia seja mais digno. Precisamos de escolas novas, de uma nova clínica da família, e a chegada de uma nova UPA é importantíssima para nosso território”, reforça Alexandre.

A Prefeitura do Rio garante que a proposta do Plano Diretor leva em conta a necessidade de mais investimento para esta região. A gerente de Planos Locais da SMPU, Maria Luiza Korenchendler, explica que o entorno da Pavuna está predominantemente incluído na Macrozona de Estruturação Urbana. 

“O objetivo é recuperar o tecido urbano degradado, as centralidades municipais dos centros de bairro e prover essa região com habitação de interesse social e equipamentos urbanos, além de aperfeiçoar a integração entre os modais de transporte, fazendo conexão horizontal entre as linhas férreas e o metrô, que hoje não existe”, complementa Maria Luiza.

A Gerente de Macroplanejamento da Secretaria, Valéria Hazan, reforça ainda que além do Plano Diretor, que trata de diretrizes para a cidade nos próximos 10 anos, existem outros planos para atender demandas mais específicas da população. 

“Embora o Plano Diretor seja o plano principal para o desenvolvimento urbano da cidade, a gente tem outros planos setoriais que podem atender mais objetivamente algumas demandas, como o Plano Municipal de Saneamento Básico, e o estudo para a expansão cicloviária”, pontua Valéria Hazan.

 

Próxima audiência

No próximo mês, a Comissão do Plano Diretor entra na reta final das audiências territoriais. No dia 05 de outubro, haverá uma audiência pública na região de Guaratiba, Zona Oeste da cidade. A ideia dos vereadores é votar o projeto de lei no mês de novembro.

O presidente Rafael Aloisio Freitas acredita que estas discussões in loco são fundamentais para aperfeiçoar a proposta que vai nortear as políticas públicas para a cidade na próxima década. “A gente espera que esse projeto do Plano Diretor possa nortear da melhor forma as decisões que serão tomadas nesses próximos anos, para conseguirmos fazer nossa cidade ser novamente uma grande referência no Brasil”.

Participaram ainda da audiência pública os vereadores Alexandre Isquierdo (União), Tânia Bastos (Rep), Átila A. Nunes (PSD), Vitor Hugo (MDB), Pedro Duarte (Novo) e Tarcísio Motta (PSOL), além de representantes da Secretaria Municipal de Habitação, da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Simplificação, da Fundação Rio Águas, da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro e da sociedade civil organizada.

 

 

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