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Quinta, 25 Agosto 2022

Audiência pública discute dificuldades na liberação de ambulâncias do SAMU

Retenção de veículos em unidades de saúde, por conta da necessidade do uso de macas das ambulâncias, tem atrasado atendimento de urgências

A Comissão de Higiene, Saúde Pública e Bem-Estar Social realizou uma audiência pública nesta quinta-feira (25), para tratar da retenção de macas e ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) em unidades públicas de saúde do município do Rio. O debate foi conduzido pelo presidente da Comissão, vereador Paulo Pinheiro (PSOL), a partir de denúncias recebidas pelo colegiado.

Segundo relatos apresentados na reunião, normalmente o paciente socorrido por uma ambulância é levado para uma unidade de saúde e, por falta de leitos, fica utilizando a maca do SAMU, o que retém na unidade a ambulância. Dados apresentados pelo Corpo de Bombeiros mostram que, somente no período de 5 a 25 de julho, 343 ambulâncias ficaram paradas em hospitais de urgência e emergência, nas UPAs e nas Coordenações de Emergências Regionais (CERs). Em 76% dos casos, os veículos demoraram mais de uma hora para sair das unidades de saúde. 

Para o vereador Paulo Pinheiro, esta demora na liberação das macas e ambulâncias compromete o serviço prestado pelo SAMU. “O problema principal desta retenção é uma piora do atendimento do SAMU, porque uma ambulância que fica presa na unidade de saúde deixa de fazer o atendimento domiciliar e nas ruas. No mês de julho, teve uma ambulância que chegou a ficar 22 horas e 20 minutos retida na porta do Hospital Souza Aguiar”, afirma.

Vice-presidente da Comissão e médico plantonista na rede pública municipal de saúde, o vereador Dr. João Ricardo conta que é muito comum a ambulância ficar retida porque não há como acomodar o paciente nas unidades hospitalares. 

“Por diversas vezes a gente entrou com a maca do SAMU para o centro cirúrgico. Leva o paciente para o tomógrafo e depois volta para a maca porque não tem onde colocar. E o Corpo de Bombeiros implorando para liberar a maca porque tinha mais chamados para atender na sequência”, revela o vereador.

Leitos fechados

Parte do problema se dá pelo fechamento de leitos nas unidades federais nos últimos anos, o que acaba sobrecarregando a rede estadual, e sobretudo, a municipal. Atualmente 700 leitos, o que representa 47% do total, são considerados impedidos para o uso. 

A subsecretária geral da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, Fernanda Adães, explica que estes leitos fora de operação impactam diretamente a rede municipal, que não tem capacidade para atender pacientes de alta complexidade. “Hoje temos, na rede municipal, mais de 600 pessoas internadas com questões de alta complexidade, que historicamente são de competência dos entes estadual e federal. Os pacientes ficam 40, 60 dias nos leitos aguardando o sistema estadual de regulação garantir uma vaga para que possam ser atendidos”, complementa a gestora.

A subsecretária adjunta da Secretaria Estadual de Saúde, Claudia Mello, destacou que a rede estadual também precisa lidar com enfermarias lotadas e com a dificuldade de transferência de pacientes. “Sempre temos uma demanda maior que a oferta e, muitas vezes, buscamos por vagas fora da capital para esse atendimento”, complementa Claudia Mello.

Questionada pelo vereador Paulo Pinheiro sobre a falta de recursos humanos para a reabertura dos leitos nos hospitais federais na cidade do Rio e a situação do Hospital de Bonsucesso, após o incêndio de 2020, a coordenadora geral de Assistência do Departamento de Gestão Hospitalar do Ministério de Saúde, enfermeira Luciana Gualberto, garante que há um planejamento para a reabertura dos leitos de acordo com a possibilidade de contratação de profissionais. 

“Até o final do próximo mês, deveremos ter a reabertura de 111 leitos no Hospital Federal de Bonsucesso, mais de 70 leitos no Hospital Federal da Lagoa, e de outras vagas nos hospitais de Ipanema, dos Servidores e Cardoso Fontes”, destaca Gualberto.

Melhorias no atendimento do SAMU

Apesar de reconhecer os impactos da retenção de macas na capacidade de atendimento e no tempo de respostas do SAMU, o coordenador do Serviço, coronel do Corpo de Bombeiros Luciano Sarmento, afirma que medidas estão sendo tomadas para minimizar o problema e reduzir o tempo de espera de quem precisa do atendimento de emergência de uma ambulância.

Além da instalação de 21 bases descentralizadas de atendimento espalhadas pela cidade, o SAMU agora conta com dois pólos de liberação de macas, uma no Hemorio, no Centro da cidade, e outra no Hospital Estadual Eduardo Rabello, na Zona Oeste. “À medida que uma maca fica presa numa unidade de saúde, a equipe do pólo vai até lá e libera ambulância com macas reservas”, explica o coronel Sarmento.

Participaram ainda da audiência o vereador Dr. Carlos Eduardo (PDT), vogal da Comissão de Saúde, além dos vereadores Teresa Bergher (Cidadania), Felipe Michel (PP) e Dr. Gilberto (Pode) participaram também da audiência pública. 

 

 

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Última modificação em Quinta, 25 Agosto 2022 18:34
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