O auditório da Câmara do Rio sediou uma roda de conversa com o tema "Violência Obstétrica e os Impactos na Saúde Mental" na tarde desta segunda, dia 15. Mães, integrantes da campanha Maio Furta-Cor, ativistas, especialistas e alunos do curso de enfermagem das universidades Estácio e Veiga de Almeida participaram do encontro.
A realização da roda de conversa foi uma iniciativa da vice-presidente da Câmara do Rio, a vereadora Tânia Bastos (Republicanos). “A minha luta é em defesa das causas femininas. A violência obstétrica e a saúde mental materna são temas importantes cujas soluções precisam ser discutidas junto com a sociedade”, refletiu a parlamentar.
Enfermeira especialista em saúde mental materna e doula, Isadora Veríssimo apontou que a violência obstétrica ganhou destaque no noticiário recente em razão de casos que chocaram a população. No entanto, ela acredita que ainda há um longo caminho a percorrer. “A violência obstétrica até muito pouco tempo atrás não era reconhecida, é um termo muito recente. A violência obstétrica existe e está presente tanto no contexto do SUS como no contexto particular. E a gente precisa falar disso até para que os profissionais possam se munir de informação e saber a maneira mais respeitosa de atender as mulheres”, acrescentou Veríssimo.
A violência obstétrica consiste na prática de procedimentos e condutas que desrespeitam e agridem a mulher no momento da gestação, parto, nascimento ou pós-parto. A violência obstétrica pode ser física, emocional, moral e psicológica. Alguns exemplos são: negação de tratamento durante o parto, intervenção médica forçada, tratamento rude, desrespeito às necessidades e dores sentidas pela mulher, uso da ocitocina sintética sem precisar, entre outros.
Enfermeira, mestre e doutora em Saúde da Criança, Camilla Dias enfatizou que é fundamental a mulher conhecer os seus direitos. “A gente falou um pouco do nosso cenário, das maternidades, desse momento da mulher em relação ao parto, do direito de parir, de amamentar, enfim, tudo o que é escolha dela e que se refere a direitos, ao aparato legal que já existe. E como ela vai estar vivenciando esses cenários, como ela vai saber se proteger, garantir que o direito dela seja preservado, não só ela, mas a família dela também.”
Moradora de Duque de Caxias, Aline Porto é estudante de Direito e também faz o curso de doula. Ela contou que veio participar da roda de conversa na Câmara do Rio porque quer ser uma multiplicadora desse tipo de conhecimento para as mulheres que vivem na sua região. “A gente precisa de mais eventos como esse. Eu sou da Baixada e lá isso é ainda mais defasado. Então, a minha maior luta é levar tudo isso pra lá também. A maioria das mulheres sofre justamente por causa da falta de informação. E temos que disseminar esse conhecimento para alcançar cada vez mais mulheres, elas devem ter todo acesso à informação e saber quais são os seus direitos.”