A Comissão de Trabalho e Emprego da Câmara do Rio se reuniu, nesta quinta-feira (5), para debater as ações que estão sendo estruturadas pelo Poder Público para a geração de empregos na Zona Oeste da cidade. Presidida pelo vereador William Siri (PSOL), a audiência contou com a presença de subsecretários da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Simplificação, da Secretaria Especial de Políticas e Promoção da Mulher, da Secretaria Municipal da Juventude Carioca e da Secretaria Municipal de Trabalho e Renda, além de representantes da sociedade civil.

Durante o encontro, em que as pastas apresentarem diferentes projetos voltados para a capacitação e inclusão profissional na região, o vereador William Siri, reforçou a importância dos programas de qualificação, mas ressaltou que são necessárias mais intervenções para garantir o crescimento da região. “A capacitação é fundamental, mas existe algo anterior a isso, que são os investimentos na infraestrutura da Zona Oeste. Necessitamos de políticas públicas e de adequação urbana, aí sim, a capacitação irá contribuir muito com a geração de empregos”, afirmou o parlamentar.

Políticas para mulheres

A subsecretária da Secretaria Especial de Políticas e Promoção da Mulher, Lidiane de Paula Pereira, destacou os programas da pasta, entre eles o Mulher Cidadã, que oferece acesso a diferentes serviços municipais, oficinas de capacitação e cadastramento para vagas de emprego. Lidiane destacou que já existem duas sedes do projeto, e citou o lançamento do Circuito Carioca de Capacitação, publicado nesta quinta-feira (5) no Diário Oficial do município. “Serão 700 vagas destinadas às mulheres, que irão impulsionar a participação feminina no empreendedorismo e no mercado de trabalho”. As capacitações serão realizadas entre os dias 12 de maio e 30 de junho.

Estevão Botas, subsecretário da Secretaria Municipal de Trabalho e Renda, falou também sobre a importância da capacitação profissional, em especial dos moradores da Zona Oeste, e do desafio do aumento da informalidade. "Há uma migração para informalidade por causa de um déficit na capacitação profissional”, ressaltou Botas. 

Para a subsecretária da Secretaria da Juventude Carioca, Natália Figueiredo, “um dos pontos mais importantes é deixar um legado de políticas públicas para os jovens da cidade do Rio, que promova oportunidades para estes cidadãos”. Ela anunciou que o Emprega Juv, um dos programas da pasta e que tem como objetivo promover a inclusão profissional e a emancipação de jovens cariocas em situação de vulnerabilidade social, já alcançou mais de 4 mil jovens da cidade do Rio de Janeiro nas áreas de audiovisual, saúde, fotografia, entre outras.

Formação tecnológica

Representando a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Simplificação, o subsecretário Marcel Balassiano citou, entre os principais programas da pasta, o Programadores Cariocas. Em parceria com a Secretaria Especial da Juventude Carioca, o programa tem como objetivo formar e qualificar jovens em situação de vulnerabilidade social na área de programação junto às instituições de ensino previamente selecionadas. Até 2024, serão formados 5 mil jovens em cursos realizados na Zona Norte e na Zona Oeste.

Outro destaque é o programa Crédito Carioca, destinado a micro e pequenas empresas. “Serão concedidos R$ 5 milhões, além da oferta de cursos sobre educação financeira”, esclareceu o gestor. Ainda segundo Balassiano, a cidade do Rio conseguiu, em 2021, se posicionar em 2º lugar no ranking, com a geração de mais de 80 mil empregos. Até fevereiro deste ano, foram 98 mil empregos gerados.

Presidente da Associação de Empresas do Distrito Industrial de Santa Cruz (AEDIN), Fernanda Guimarães, lamentou a falta de infraestrutura e a dificuldade de acesso à região. “Os desafios são grandes e precisamos de condições melhores. Hoje, não conseguimos captar empresas que trariam milhares de empregos pela questão da infraestrutura”, apontou. Entre os grandes empreendimentos da região, a empresária mencionou a construção do Complexo Industrial de Biotecnologia em Saúde, que será a maior fábrica de vacina da América Latina, instalada em Santa Cruz. “Serão gerados mais de 5 mil empregos diretos”, contabilizou a empresária.

Estiveram ainda presentes o vereador Rocal (PSD), vice-presidente da Comissão de Trabalho e Emprego, a deputada estadual e presidente da Comissão de Trabalho da Alerj, Mônica Francisco, o professor da UFRRJ, Alexandre Jerônimo, a professora e mestra pela UFRJ, Julia Bustamante, o presidente do Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro, Márcio Andrade, o representante do Movimento Unidos dos Camelôs, Robson Pereira, e a representante da OAB, Claudia Araújo.