Segunda, 06 Dezembro 2021

Personalidades negras são agraciadas com a maior comenda do Legislativo carioca

Jornalista, produtor cultural, organização de sambistas e jovem empreendedor recebem as homenagens

Leonardo Nogueira
Personalidades negras são agraciadas com a maior comenda do Legislativo carioca

Solenidade de Reconhecimento dos Fazeres e das Personalidades da Comunidade Negra do Rio de Janeiro, organizado pelo mandato da vereadora Thais Ferreira (PSOL), realizou nesta segunda-feira (6), no Salão Nobre da Câmara Municipal, a entrega do Conjunto de Medalhas de Mérito Pedro Ernesto à jornalista Flávia Oliveira da Fraga, ao jovem empreendedor Márcio da Silva Vieira Júnior, ao produtor cultural Asfilófio de Oliveira Filho (Dom Filó), e à Rede Carioca de Rodas de Samba, representada pelo seu presidente, Wanderson Luna.

Flávia Oliveira é jornalista, nascida e criada no bairro de Irajá, na Zona Norte do Rio. Formou-se em jornalismo no Instituto de Artes e Comunicação Social (IACS) da Universidade Federal Fluminense (UFF). Atualmente, é colunista do jornal O Globo e do programa CBN Rio, da rádio CBN; comentarista do telejornal Estúdio I, do canal GloboNews; e é membro dos conselhos consultivos da Anistia Internacional Brasil, da ONG “Uma Gota no Oceano” e do Instituto Coca-Cola Brasil.

Dom Filó é engenheiro, produtor cultural, DJ, videomaker, mentor do movimento Black Rio, criador da Soul Grand Prix e  produtor dos primeiros bailes com o caráter de “consciência negra” no Clube Renascença. No auge do AI-5, Dom Filó desafiou a ditadura produzindo bailes para milhares de negros curtirem a Soul Music. Ele foi apontado como potencial líder de uma revolta negra, financiado pelos EUA, e, por essa razão, foi perseguido.

Márcio Júnior é um carioca de 12 anos de idade, que resolveu criar uma marca de acessórios usando peças de Lego, seu brinquedo preferido. A ideia deu certo, e Márcio passou a desenvolver uma série de colares, brincos, pulseiras, presilhas e tiaras com pecinhas de plástico em formato de docinhos e salgadinhos. Hoje, sua marca MJ Bricks reúne quase 8 mil seguidores nas redes sociais.

Já a Rede Carioca de Rodas de Samba é uma organização composta por sambistas e produtores culturais que visa desenvolver o potencial cultural, turístico e econômico das rodas de samba, defendendo o direito dos trabalhadores, a economia criativa e o turismo de experiência. 

“Hoje, estamos tendo a oportunidade de celebrar, em vida, representantes mais velhos e mais novos da nossa ancestralidade. Nossas homenagens reconhecem pessoas famosas pela sua notoriedade profissional, crianças empreendedoras que apontam para o futuro, instituições que disseminam a nossa cultura e baluartes da luta pela existência e continuidade da cultura negra em nosso país. Estamos reconhecendo com esta medalha passos que vieram de longe e que continuarão, pois é esse o nosso dever”, discorreu Thais Ferreira.

“Em um país que discrimina, encarcera e mata o povo negro é um alento estar nesta solenidade que apresenta ao povo carioca pessoas negras. Isso faz diferença e começa a mostrar que estamos conquistando o nosso espaço. Receber essa comenda da Câmara Municipal, das mãos de uma mulher negra, da Zona Norte do Rio de Janeiro, mãe solo assim como eu, é motivo de inspiração e alegria”, agradeceu Flávia Oliveira.

Dom Filó destacou que a iniciativa de homenagear pessoas negras ainda em vida é uma dádiva. “Quis a nossa ancestralidade que fossemos nós a empreender a luta pela liberdade e pela história do nosso povo.  Thais Ferreira vem fazendo um trabalho brilhante. Minha eterna gratidão por ter conseguido tocar o coração das pessoas por meio da arte e da cultura”, disse.

Em suas palavras de agradecimento, Márcio Júnior, de 12 anos, frisou que, apesar de ser jovem, receber o Conjunto de Medalhas Pedro Ernesto é ao mesmo tempo o reconhecimento e o início de uma missão. “Estou aqui representando um monte de pretinhas e pretinhos que estão por aí, criando e sonhando como eu. Como sempre digo, menino preto pode, menino preto tem poder. Muito obrigado a todos”. 

Por fim, Wanderson Luna destacou a alegria de ser homenageado por uma mulher de luta como Thais Ferreira. “O Rio não vive sem a roda de samba. Precisamos defender a nossa cultura. Nossa história de vida é muito pequena perto da história do povo preto. E Thaís marca a sua contribuição nesse processo ao homenagear as pessoas negras que estão fazendo história. Os meus mais sinceros agradecmentos”, finalizou.

 

 

 

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Última modificação em Segunda, 06 Dezembro 2021 19:59
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