Para celebrar o Dia Mundial de Luta contra a Aids, neste 1º de dezembro, o Palácio Pedro Ernesto, sede da Câmara Municipal do Rio, será iluminada de vermelho. Outros monumentos da cidade do Rio serão também iluminados de vermelho, como o Cristo Redentor, os Arcos da Lapa, o Parque Madureira e o Centro Administrativo São Sebastião, sede da Prefeitura do Rio.

A data faz parte do Calendário Oficial da cidade há dois anos, por iniciativa da vereadora Tânia Bastos (Republicanos), vice-presidente do Legislativo, autora da Lei nº 6.518/2019, que incluiu nas datas municipais o Dia da Campanha Municipal de Prevenção ao HIV/AIDS e outras infecções sexualmente transmissíveis, denominado Dezembro de Vermelho. “O objetivo é alertar a população sobre as medidas de prevenção, assistência e também de proteção, principalmente as pessoas que estão vivendo com o HIV”, explica a parlamentar.

A vereadora Tânia Bastos diz que, segundo o Ministério da Saúde, até 2019, cerca de 350 mil brasileiros já morreram por causa da doença, e mais de 850 mil pessoas vivem com o HIV no Brasil. “O assunto deve ser tratado com muita seriedade e responsabilidade. Criar ações de conscientização sobre a doença e evitar qualquer tipo de discriminação é dever de todo gestor”, ressalta.

Também nesta quarta-feira, a Prefeitura do Rio lança ainda a campanha Livre é Saber, que tem como objetivo estimular e conscientizar a população sobre a importância da testagem do HIV e o diagnóstico precoce para o início do tratamento e controle da infecção. Ao longo da semana, a campanha ocorrerá nas redes sociais da Prefeitura e em unidades de saúde, lembrando que a liberdade de levar uma vida saudável é possível se a infecção estiver controlada.

40 anos do primeiro caso confirmado

Por conta da data, a Rio TV Câmara exibiu um debate sobre as mudanças na sociedade em relação à prevenção e ao preconceito e os avanços dos tratamentos após 40 anos do primeiro caso confirmado da doença no mundo. Entre os convidados estão, além da vereadora Tânia Bastos, os representantes da Coordenadoria Executiva de Diversidade Sexual da Prefeitura do Rio, Carlos Tufvesson; e do Grupo Pela Vidda, Márcio Villard; o médico infectologista do Serviço de Assistência Especializada em HIV/AIDS, do Instituto de Atenção à Saúde São Francisco de Assis, Márcio de Figueiredo Fernandes; e o vereador Dr. Rogerio Amorim (PSL).

Para o infectologista Márcio Fernandes, um dos grandes avanços está na questão do preconceito à doença, e isso se deve ao maior acesso às informações. “Fomos conhecendo, quase que em tempo real, a doença. A globalização ajudou nisso, porque as informações são compartilhadas quase que em tempo real”, ressalta. O infectologista ainda fala sobre a disponibilização de tratamentos mais eficientes, das estratégias de prevenção e da redução do estigma da AIDS. “Claro que existem os grupos mais vulneráveis, mas o HIV se tornou uma doença universal, atingindo homens e mulheres de todas as classes sociais, o que contribuiu para reduzir o temor da doença”.

Apesar dos avanços, Márcio Villard, do Grupo pela Vidda, alerta para o impacto do diagnóstico da doença. “Desde os anos 80 até os dias de hoje, o impacto do diagnóstico não mudou muito. Ele praticamente continua o mesmo de 40 anos atrás”, afirma Villard. Para ele, de fato, houve um avanço no tratamento, nas terapias e na divulgação das informações para o combate da AIDS, mas, no momento, o Brasil vive um retrocesso no enfrentamento da epidemia. “Não vemos nenhum veículo ou o governo se dedicando ao combate e ao trabalho de educação e prevenção”.

Carlos Tufvesson acredita que é preciso ter campanhas regulares de prevenção à doença. “Ainda hoje existem pessoas que acham que não precisam se precaver porque não são homossexuais ou usuários de drogas injetáveis”, lamenta. O representante da Prefeitura revela que a cidade do Rio terá campanhas de testagem. “A testagem é uma maneira de interromper a cadeia de infecção. É importante que você conheça sua sorologia”. A ação foi pensada junto com o Grupo pela Vidda, com objetivo de quebrar o estigma da testagem.

O vereador Dr. Rogerio Amorim fala do papel do Poder Legislativo em relação à elaboração de políticas públicas. De acordo do parlamentar, nos últimos dois anos, a Casa esteve voltada para o enfrentamento da pandemia da Covid-19, uma doença nova que atingiu os quatro cantos do mundo. “Todo o esforço da política pública esteve direcionado à pandemia nova. No entanto, com a retomada da normalidade, é hora de retomar as políticas públicas voltadas à educação e a prevenção da doença”.

O debate completo está disponível no Youtube da Rio TV Câmara: 

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