Os impactos no trânsito do entorno do Shopping ParkJacarepaguá, com inauguração prevista para o próximo dia 19, foram tema de uma audiência pública realizada nesta segunda-feira (08), na Câmara Municipal do Rio, pela Comissão de Obras Públicas e Infraestrutura. A audiência foi conduzida pelos vereadores Welington Dias (PDT) e Marcelo Diniz (SD), respectivamente presidente e vice-presidente da Comissão.
Representantes de associações de moradores de comunidades próximas ao empreendimento, como a Muzema, Rio das Pedras e Anil, afirmam que, apesar dos benefícios trazidos pelo empreendimento, como a geração de empregos e oferta de lazer, a implantação do shopping vai gerar problemas no trânsito do local, que já é intenso e vai dificultar o acesso a comércios da região. Os moradores revelam que em nenhum momento foram comunicados sobre as mudanças previstas.
“São mais de 300 mil pessoas morando nessa região de Jacarepaguá, Anil, Gardênia Azul, Rio das Pedras, Tijuquinha e Itanhangá. Não falaram nada com ninguém, e não fizeram nenhuma benfeitoria para o acesso das comunidades. Ninguém é contra o shopping, pelo contrário, vai gerar empregos, trazer lazer, porém só está acontecendo benfeitorias do portão para dentro", acredita Marcelo Diniz, vice-presidente da Comissão e também morador da região da Muzema.
A Comissão pretende levar o caso ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, solicitando que a instituição intervenha na situação para que as demandas da população sejam atendidas antes do shopping começar a funcionar. O presidente da Comissão, vereador Welington Dias, reforça a necessidade de encontrar soluções que garantam a fluidez do trânsito no local. “Esse é o objetivo de todos nós. É bom para a comunidade, para o bairro, para o shopping. E estamos buscando soluções, trazendo as experiências das lideranças locais".
Necessidade de atualização do estudo de impacto
O vereador Marcelo Diniz lamentou a ausência de representantes da Secretaria Municipal de Infraestrutura e da Companhia de Engenharia de Tráfego do Rio de Janeiro (CET-Rio) na audiência pública para explicar o motivo de um estudo de impacto viário realizado em 2013 estar sendo utilizado para justificar as alterações no trânsito da região quase uma década depois.
“O estudo que foi feito para fazer as obras é de 2013, estamos em 2021. Será que esse estudo atende, quase uma década depois? Já se construíram inúmeros prédios no local, muitas pessoas vieram morar lá. Será que o trânsito de 2013 é o mesmo de 2021?, questiona o parlamentar”.
A arquiteta e urbanista da empresa responsável pelo projeto viário, Priscilla Chiese, explicou que todas as obras levam em conta uma simulação de tráfego realizada em 2018 de como deverá ficar a situação do trânsito no local e que todos os projetos foram aprovados pela Prefeitura. “Vale lembrar que o shopping está fazendo este acompanhamento junto à CET-Rio e à Subprefeitura de Jacarepaguá, para realizar as possíveis adequações que precisem ser feitas após a sua inauguração”, complementou Chiese.
