×

Aviso

JUser: :_load: Não foi possível carregar usuário com ID: 302

Sexta, 29 Outubro 2021

Mudança em gestão do hospital da UFRJ é discutida em audiência pública

A Comissão de Higiene, Saúde Pública e Bem-Estar Social da Câmara do Rio promoveu uma audiência pública virtual na tarde desta sexta (29) para discutir a situação do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, mais conhecido como Hospital do Fundão. O diretor do Complexo Hospitalar apontou que a solução para combater o sucateamento das unidades pertencentes à UFRJ seria contratar a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). No entanto, médicos e representantes de sindicatos argumentaram de forma contrária à terceirização. 

Presidente da Comissão, o vereador Paulo Pinheiro (PSOL) explicou que é fundamental conhecer a situação atual do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, que é da rede federal, porque a unidade realiza procedimentos diferenciados. 

“O que nós já discutimos aqui foi a situação da fila enorme que temos hoje no sistema de regulação municipal, o Sisreg, no sistema de regulação estadual, a fila grande para consultas, exames e procedimentos cirúrgicos, uma fila colossal de mais de 174 mil pessoas”, afirmou. “A Comissão discutiu com essas unidades. Ficaram pendentes da discussão as unidades que fazem o atendimento a média e alta complexidade, que é o caso dos hospitais universitários, como o Clementino Fraga Filho, Gaffrée e Guinle e o Pedro Ernesto”, destacou. 

A reitora da UFRJ, professora Denise Pires Carvalho, disse que o Hospital do Fundão hoje possui mais de 300 leitos abertos por causa de recursos recebidos de forma extraordinária. “Devido a pandemia, nós recebemos verba da Ebserh e do MEC em 2020. E com essa verba nós conseguimos, através de contratos com empresas privadas, contratar profissionais de saúde para manterem esses leitos de UTI abertos”, relatou. 

Segundo Denise, no entanto, a situação não é ideal, pois os funcionários foram contratados sem concurso público, e há uma alta rotatividade de trabalhadores. “São hoje 180 leitos mantidos por cerca de 800 profissionais que têm esse contrato, que sob meu ponto de vista, é precário”, criticou. 

O diretor da Divisão de Pesquisa do Hospital do Fundão alertou que o contrato com esses profissionais termina no fim do ano e representa um risco para a população da cidade. Amâncio Paulino de Carvalho defende a adesão da UFRJ à Ebserh. “A Ebserh é uma política de estado. Ela foi criada em 2011 e começou a funcionar de verdade nos hospitais em 2012, 2013. Ela engloba 32 das 33 instituições federais de ensino superior que podem se associar porque há duas que não podem. Só a UFRJ está fora. E a universidade está fora por causa de uma discussão que envolve o conceito de privatização, o malefício que seria ter uma instituição de direito privado”, argumentou.

Já o professor da Faculdade de Medicina da UFRJ, Romildo Vieira do Bonfim, acredita que a solução não passa por esse caminho. Para ele, é necessário ter uma boa gestão, financiamento e realização de concursos públicos. “Hoje nós temos estudos, depoimentos de pessoas que estão trabalhando sob a gestão da Ebserh que nos afirmam, dissertações de mestrado e doutorado que apontam que há sim fechamento de leitos, de serviços, a contratação de pessoal é insuficiente.”

Infraestrutura precária e falta de profissionais para manter os leitos abertos são apenas alguns dos problemas que assolam o hospital universitário. O diretor do Complexo Hospitalar da UFRJ, Leoncio Feitosa, enfatizou que a situação é dramática e identificou três fatores principais como causa de um cenário de desmonte. “A primeira é a questão da infraestrutura predial, sem manutenção, ela vem se corroendo ano a ano, mês a mês. O segundo problema é a questão de recursos humanos. É a não reposição, a precarização, a não substituição dos profissionais que se aposentam, que falecem, o que redunda em uma desarticulação das unidades hospitalares. A terceira causa é financeira, o orçamento para os hospitais. Analisando essa queda acentuada de leitos e procedimentos, eu preciso lembrar que vários procedimentos realizados pelo complexo hospitalar são únicos no estado do Rio, só lá se faz, penaliza também o usuário do SUS.”

O vereador Tarcísio Motta (PSOL) também participou da audiência e ressaltou que a discussão sobre a adesão ou não à Ebserh é muito mais profunda. “Eu fico me perguntando, depois de ouvir as falas de todos aqui, se isso significa de fato derrotar esse sucateamento ou se submeter a uma determinada lógica que foi imposta por um sucateamento. Me parece ser esse um debate importante e que precisa ser feito de forma sincera entre nós. Nós vivemos um processo de privatização do estado brasileiro que sempre foi precedido por sucateamento desses espaços justamente para justificar a privatização.”

Ainda participaram da audiência o vice-presidente da Comissão, o vereador Dr. Rogério Amorim (PSL); Durcilene Adrieli Silva Santos, representante do DCE da UFRJ; e Francisco de Assis dos Santos, representante dos trabalhadores técnico-administrativos em Educação do Instituto de Biologia da UFRJ.

 

 

Veja também:

Out 08, 2024

Rio de Janeiro terá Política Municipal de Incentivo ao Ecoturismo

O Rio de Janeiro deverá contar com uma Política Municipal de Incentivo ao Ecoturismo para…
Out 07, 2024

Pauta semanal: Câmara do Rio irá analisar 12 vetos do Poder Executivo a projetos de lei

A partir desta terça-feira (07/10), o Plenário da Câmara Municipal do Rio fará a análise…
Out 02, 2024

Especialistas apontam medidas para economizar luz e água no Câmara Rio Debate

Desde a semana passada a conta de luz está mais cara em todo país e a previsão é de que a…
Out 01, 2024

Lei cria novos procedimentos para análise da prestação de contas de projetos culturais financiados com recursos municipais

A Câmara de Vereadores do Rio aprovou, nesta terça-feira (1/10), em segunda discussão, o…
Set 30, 2024

Câmara do Rio volta a discutir proposta para aplicativos de transporte oferecerem opção por motorista do mesmo sexo

A Câmara do Rio volta a debater, na sessão ordinária desta terça-feira (01/10), o PL…
Câmara Municipal do Rio de Janeiro

Câmara Municipal do Rio de Janeiro
Palácio Pedro Ernesto
Praça Floriano, s/nº - Cinelândia
Cep: 20031-050
Tel.: (21) 3814-2121

Mapa do site


© 2021-2024 Câmara Municipal do Rio de Janeiro
Acessibilidade
Contraste
Aumentar fonte
Diminuir fonte